Quase fim

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Admirava a aurora que ia se construindo naquele precipício que era sua vida, figurativamente, e que estava, literalmente. Observava o horizonte como quem se despede sem querer partir, por motivo qualquer que seja. Apesar de não ser um qualquer. Pensava em desistir de tudo, depois se perguntava que tudo, se não tinha nada. Depois percebeu que se tinha um nada, já era alguma coisa. O vento das folhas fazia uma música de notas únicas, jamais capazes de serem compostas com tamanha maestria e perfeito encaixe para o momento.
Quer sair dali, após perceber tamanha baboseira. No entanto, desatento, tropeçou no nada e no nada foi se lançando, desfalecendo no ar. Desligou-se de tudo, como se os olhos fossem virando, vagarosamente, para dentro de si. E começou a enxergar as coisas para quais fechava-os.
Lembrou das vezes que por constrangimento recusou um carinho qualquer. Foi a última vez que teve essa chance. Lembrou também: da vez que não perdoou; que não amou; que não chorou; que não viveu... Que simplesmente vegetou, já por desacreditar em si.
E foi, vivendo e aproveitando, aquele instante que mais pareceu horas, aquela passagem, cheia de loucura. Gostaria fazer diferente. Desejava que pelo menos o último sabor que degustaria da vida, fosse um doce, e não a amargura que era o arrependimento. O vento, agora, cantava muito mais forte, mais firme; enaltecedor da angústia, do desespero – ria, mas ria muito.
Lembrou também da vez que um amigo quis dar um abraço, mas tão apressado apenas datilografou no ar com a mão esquerda. Agora tudo o que mais queria era um desses envoltos de braços e mãos.
Continuou a agonizar no ar com uma efusão de sentimentos jamais sentida antes. Quis outra chance, mas quis tão forte que conseguiu. Porque ainda restava tempo.
Acordou, num susto e sobressalto, do pesadelo que tivera.
E passou a viver, como nunca tinha vivido antes.

"Sadomasoquismo emocional" = Humor negro

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Definição: Humor negro não é o Eddy Murphy ou o Denison Carvalho (muita gente define assim. Bastante lógico, até porque ambos são negros e muito engraçados).Na verdade é o ato involuntário ou mais que voluntário de rir/sentir prazer/apreciar a desgraça alheia sem nenhum consentimento a respeito do que se trata, chamando-o de sadismo emocional. Muitos até tentam repreender aquele que o faz, no entanto, é impossível não se sentir contagiado com os trocadilhos inoportunos. Exemplificando, não existe mais humor-nigérrimo (depois de muita discussão a respeito do superlativo de negro), do que os feitos ao falecido Michael Jackson, como: De que ele morreu?Resp.: Engasgado com pé-de-moleque.E por ai seguem-se diversas outras. Tem também as "atitudeshumornegrísticas", uma das quais presenciei foi quando uma amada amiga teve uma crise de riso incontrolável ao ver uma criança chorar aos berros. Depois ela me explicou que acha muito engraçado. Macabro não é?Mas calma, ela, ainda, não é sádica. Quem nunca riu das desgraças alheias, por mais que se tente controlar, atire a primeira pedra!
É mais uma das insanidades humanas, sem sombra de dúvidas.
Agora, o masoquismo emocional é mais estranho ainda. Que a maioria das pessoas são emos, não resta dúvidas.
Pare e reflita, será que tem a mesma graça acabar um namoro e não ir dormir na casa de uma amiga, comer muito sorvete e ver um daqueles clichês filmes de comédia romântica? Brigar com alguém e ver ela super arrependida e pedindo perdão?Ou ainda sentir o gostinho do "Você estava certo". Como somos perversos. Mas fazer o que se rimos mais do "Pânico"( humor-tição que do "Show do Tom" (humor-albino).
Devem estar balbuciando: "Que merda ta esse texto, hahaha, que idiota, hahaha"
Fez isso? Parabéns e bem-vindo ao mundo do humor-negro.

A incoerência corporal das nações

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Este Barack Obama!Está na cara que tem sangue de brasileiro. Deveria estar cansado dos modelos magérrimos estadunidenses. É fato que não dá para não surpreender os forasteiros com os nossos tipos étnicos. Toda a miscigenação sofrida desde o início da vida relativa do Brasil (índios, negros, europeus...) deram forma às belezas latinas mais contempladas por todos.
Aquela mulata com olhos amendoados e corpo esbelto, ou aquela loira super bronzeada e torneada, ah... Encanta a qualquer um e até mesmo ao presidente americano (como está explícito na foto).Ele ainda foi dizer para a mídia que houve um engano e estava apenas querendo ajudar uma moça a descer as escadas e que olhava o degrau. Faz-me rir. Dá para perceber o momento orgasmático que uma carnosa (vulgo gostosa) brasileira estende uma de suas pernas contraindo a outra para forçá-la subir os degraus, este movimento foi completamente hipnotizante para o presidente, fazendo-o sugar o ar entre os dentes (num gesto tarado), parecendo mais Athony Hopkins no filme "Hannibal" (que é um canibal), já imaginando tê-la em sua possessão, e, provavelmente, suspirou falando: "Ohh, como gostaria que Michelle tivesse esse bumbum".
É esquisito pensar que boa parte das norte-americanas e as européias aderem à magreza. Completamente incoerente. O xingamento delas é: "Sua bundona!" Pasmem vocês. Nós, mulheres brasileiras, queríamos muito ser "xingadas" dessa forma.
Pergunto-me, agora, para que ainda há pessoas com essa de bulimia. A desculpa de que para ser modelo profissional isso é necessário já está passada. Até porque existem diversas outras formas de conseguir o corpo ideal.
Não tem nada de bonito nisso. Só quem gosta são os cães, por causa dos ossos. No entanto, os cachorros mesmo (no sentido figurativo) passam é longe.
Diga não ao vomito e sim às carnes (com moderação).
P.S.: Meu caro Obama, essa desculpa não colou.

A analogia do coelho com a vida cotidiana medíocre

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“Vamos resumir: um coelho branco é tirado de dentro de uma cartola. E porque se trata de um coelho muito grande, este truque leva bilhões de anos para acontecer. Todas as crianças nascem bem na ponta dos finos pêlos do coelho. Por isso elas conseguem se encantar com a impossibilidade do número de mágica a que assistem. Mas conforme vão envelhecendo, elas vão se arrastando cada vez mais para o interior da pelagem do coelho. E ficam por lá. Lá embaixo é tão confortável que elas não ousam mais subir até a ponta dos finos pêlos, lá em cima. Só os filósofos têm ousadia para se lançar nesta jornada rumo aos limites da linguagem e da existência. Alguns deles não chegam a concluí-la, mas outros se agarram com força aos pêlos do coelho e berram para as pessoas que estão lá embaixo, no conforto da pelagem, enchendo a barriga de comida e bebida:
— Senhoras e senhores — gritam eles —, estamos flutuando no espaço!
Mas nenhuma das pessoas lá de baixo se interessa pela gritaria dos filósofos.
— Deus do céu! Que caras mais barulhentos! — elas dizem.
E continuam a conversar: será que você poderia me passar a manteiga? Qual a cotação das ações hoje? Qual o preço do tomate? Você ouviu dizer que a Lady Di está grávida de novo?(…)
Por diferentes motivos, a maioria das pessoas são tão absorvidas pelo cotidiano que a admiração pela vida acaba sendo completamente reprimida. (Elas se alojam bem no fundo do pêlo do coelho, fazem um ninho bem confortável e ficam lá embaixo pelo resto de suas vidas )”.
(Trechos retirados do livro: O Mundo de Sofia de Jostein Gaarden)
E o que é que nos torna tão colados a base do pêlo do coelho?Será que somos realmente incapazes de saber admirar o mundo com outros olhos? Estamos tão acostumados com a vidinha cotidiana medíocre que esquecemos o quão é necessário fazer uma reflexão acerca do mundo. O poder de admiração que adquirimos quando crianças, viventes na ponta do pêlo do coelho, ainda iniciantes dessa jornada que é a vida, vai se ofuscando e desaparecendo na medida em que envelhecemos e nos aderimos ao mundo como apenas corpos maciços que se fixam a terra. Ficamos ali, vazios, sem se quer questionar o que é necessário para preencher-se.E é ai que vem o perigo: a falsa felicidade, o falso prazer, a falsa vida.Com estes, tentamos nos preencher, passamos a viver em função de outras pessoas,viver vidas que não são as nossas (ai vem o papel da mídia, do pay-per-view, do conhecimento vazio e em vão... – o fato é que todos nós estamos sujeitos a eles).
Sintetizando: o perigo é chamado de alienação. Ela é tão gostosa de se curtir, a sua comodidade e sua prática hipnotiza a qualquer um e quando se menos espera, você está junto a mais um exército de pessoas, em completa sincronia, gritando, exclamando: "CASA, TRABALHO, CASA, NOVELA, REALYT SHOW, DORMIR, CASA, TRABALHO...”É uma verdadeira bosta.
http://vagalume.uol.com.br/chico-buarque/construcao.html - Essa música diz tudo. O cara morre, ATRAPALHANDO o trânsito. Entendeu?Absurdos.
ALERTEM-SE, se "inacostumem" com o mundo.
"e há tempos são os jovens que adoecem" (Renato Russo)

Sai dai ney.FORA!

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O “Sarneymichaeljacksoniano“ (puro neologismo), no clássico passo “moonwalk“, é uma charge que expressa, concisamente, o fim de duas eras que as potências americanas têm participado. Esses dois estão mais populares do que foto de brecha da Britney ou os de vídeos-pornôs da Paris Hilton ... São os mais comentados de todos os blogs, twiters, vídeos do youtube, e de todas as outras fontes de fofocas e críticas. Não sei quem é mais criticado, se é o finado M.J. ou o quase finado José Sarney . Imagina o que seria da mídia se não fosse os mais polêmicos ícones de toda a comunicação global. Faliria, de fato. Acho até que muita gente está enciumada: Bin Laden porque deixaram-no de lado, totalmente, e como toda criança que quer chamar atenção, já deve planejar outro básico ataque (tomara que, dessa vez, seja às nossas duas torres brasilienses junto a Coréia do Norte, que deveria, também, planejar um teste de bombas em Brasília ,logo uniria o útil ao agradável, e todos ficariam muito, mas muito, felizes) - calma, nao sou nenhuma serial killer; o Obama, pobre coitado, estava tão feliz com o Ibope de suas ações e M.J. tira-o de campo; o tão sacaneado porquinho da gripe, ja foi engolido pelo lobo mau, enfim...Tem muita gente com ciúmes por causa desta falta de atenção. Até eu.
O nosso (infelizmente) Sarney e a crise do Senado.
“A famosa frase de Sarney:-ESSA CRISE NÃO É MINHA! É DO SENADO!
foi corretamente traduzida:-ESSA CRISE NÃO É DA MERDA! É DA PRIVADA!” (http://www.forasarney.com)
Esse salafrário é a maior podridão do senado, o cara faz errado desde de quando entrou na política brasileira (UDN e ARENA), por ele, o Brasil, seria ditadura há muito tempo. E outro detalhe, tem mais retrógrado do que coronelismo em pleno séc. XXI/2009?É o que o patife, peemedebista, faz. Os chamados coronéis eletrônicos.
Uma qualidade dele? O cuidado com a prole, é claro.Own, que fofo, ele se importa com a família. É nepotismo?Nãooo, ele apenas quer agradar o seu sangue. “êêê o tio Sarney vai dar emprego a todo mundo, iuuupi.“ acho que um neném já tem um emprego vitalício no Senado por causa do bondoso Sarneyzinho.
Esse infame atrasa o Brasil, será que seus companheiros não vêem isso?No entanto, com presentinhos por baixo das cobertas qualquer um fecharia os olhos.
“Em épocas de crise é preciso manter uma lâmpada permanentemente acesa, para evitar que caia sobre nós a escuridão, que só propícia aos tiranos, ladrões e assassinos. Se não tivermos uma lâmpada, acendamos uma vela. Se não tivermos vela, risquemos fósforos repetidamente para mostrar que não desertamos do nosso posto”. (Érico Veríssimo)

e Michael Jackson?Deixemo-lo de lado pelo menos uma vez, que ele consiga realmente descansar em paz.